Há vários outros arranjos com mulheres negras/pretas sorridentes com seus/suas pares, sejam com homens e mulheres brancas, ou até mesmo sozinhas, mas uma coisa muito significativa é a quase ausência do homem preto como pai/marido. Todas as outras alternativas referentes às mulheres negras estão sendo muito bem exploradas.
O reciclar das teses racistas em forma de imagem, mas de uma maneira bem sagaz: pela ausência. Ao invisibilizar os homens pretos nas representações que evocam responsabilidade com seu núcleo social, reafirmam a pecha de irresponsáveis, tão firmemente coladas aos homens pretos.
Quando este Homem Preto aparece, tem sido cada vez mais díficil vê-lo acompanhado de uma Mulher Preta, indicando que este arranjo familiar não é preferível ante todas as outras. Isto não é um “desleixo” ou um “descuido” dos publicitários. Tem-se que parar de pensar na ingenuidade destes formuladores do pensamento de massa, e ver que a destruição das população negra (logo, das famílias pretas) foi um alvo explícito das políticas eugenistas no Brasil, e que tem sido, mas de uma maneira muito mais insidiosa, via uma perspectiva da democracia racial repaginada.
Se bebemos do poço envenenado, de nada adianta reclamar com o poço dos efeitos em nosso corpo e saúde, é preciso trocar a fonte.
Por Tago E. Dahoma (Thiago Soares), 13 de dezembro de 2018.
Mano, excelente texto! Muito importante tratarmos da nossa representatividade nas mídias e da imagem, ou ausência de imagem, da paternidade relacionada ás nossa imagem. Excelente Mano! Obrigado!
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Mano, precisamos aprofundar isso. É um ponto do qual eu queria tocar BA época dos estudos.
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Cara, precisamos conversar mais sobre.
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Concordo! Um tema bem vivo. Essa invisibilidade é insidiosa entre nós
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